O brasileiro tem pouco hábito de leitura de livros. É o que mostra o resultado da última pesquisa Retratos da Leitura no… [ … ]
19 de abril de 2023
O brasileiro tem pouco hábito de leitura de livros. É o que mostra o resultado da última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada com dados até 2019, 52% da população do país se considera leitora. Em comparação ao levantamento anterior, de 2016, o Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores.
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A título de comparação, o Centro Nacional do Livro (CNL) da França divulgou, também em 2019, que no país 88% da população declarou que lê livros regularmente. Nesta terça-feira (18), é celebrado o Dia Nacional do Livro Infantil, e o tema ganha mais relevância com a necessidade de estimular crianças à leitura.
A pedagoga Carolina Paschoal reflete sobre a situação em que o Brasil aparece com pouco hábito de consumir obras literárias e os desafios de tornar esse um hábito dos pequenos, em meio a evolução tecnológica.
Ainda assim, será possível que pais não leitores incentivem seus filhos a terem esse hábito? Carolina Paschoal diz que isso é sim possível.
“O exemplo arrasta, como diz o ditado. Os adultos podem sim incentivar os pequenos a serem devoradores de livros”, comenta. Ainda que seja um desafio tornar a leitura um hábito em uma geração cada vez mais conectada em vídeos e redes sociais, os livros não podem ser esquecidos. Mesmo que as novas tecnologias sejam importantes no desenvolvimento das crianças, os livros continuam como bons companheiros diários na vida infantil, seja para aprimorar a concentração, a capacidade de interpretação, o acesso a novas palavras ou o despertar para uma jornada de vida criativa”, explica.
Carolina destaca seis dicas para que os pais e responsáveis, mesmo os não leitores, estimulem a prática em seus filhos. Confira!
Para os filhos que não ligam para os livros que emprestam na escola e preferem ficar no celular, a solução é simples e precisa da participação do adulto na hora da lição de casa: peça para que a criança retire da mala todos os materiais, inclusive os livros. Logo após terminar as atividades, realize a leitura da obra, de uma ou duas páginas, junto com os pequenos.
“Eu posso quase confirmar que a criança ficará muito curiosa para ver o que acontecerá nas próximas páginas, quando for o momento de abrir o livro no dia seguinte. Isso é transformar a leitura em um hábito, como tomar água, tomar banho ou mesmo brincar no fim da tarde”, afirma Carolina.
Ter livros em casa não basta. A presença da obra precisa incomodar a criança – no bom sentido. Por isso, tirar o objeto da estante pode ser o primeiro passo para conquistar a curiosidade dos pequenos leitores.
“Recomendo deixar o livro na beira da cama, na mesa de cabeceira ou pendurado no lustre. Sempre que for colocar seu filho para dormir, você e a criança lembrarão que ele está ali, pronto para ser lido”, diz.
Existem assinaturas mensais de livros e empresas deixam os produtos na porta das casas dos clientes. É semelhante aos clubes de vinhos ou de roupas. Trata-se de uma forma fácil de ter novos livros em casa sem precisar ir a uma livraria, caso a pessoa não possa.
“Muitos pais e responsáveis não têm tempo de comprar obras para os filhos e nenhuma paciência para frequentar livrarias de shoppings. Esta é uma maneira fácil de atualizar a biblioteca das crianças. As empresas selecionam inclusive o perfil que mais agrada os pequenos de acordo com a sua faixa etária”, explica Carolina.
Se você acha desnecessário comprar tantos livros, ler apenas uma vez e ficar com ele na estante de casa sem muito uso depois de ser consumido, a dica é trocar com pais da mesma escola, vizinhos ou amigos.
“A pessoa pode doar também o livro para uma organização não-governamental (ONG) ou bibliotecas públicas e comunitárias, ou até mesmo oferecer a obra como um presente de aniversário. Provavelmente os amigos do filho também terão uma faixa etária similar a dele e podem gostar do livro”, diz a pedagoga.
Se a questão é economia, a compra de livros pode ser feita em sebos e sites de vendem livros usados, com preço mais acessível. Ainda assim, muitos pais e responsáveis podem achar que comprar uma obra infantil (ou qualquer outro tipo de literatura) sai caro. Carolina é enfática nesta questão: leitura não é custo, mas sim um investimento.
“O que custa caro é a falta de criatividade, a incapacidade de interpretação, a ausência de raciocínio lógico, entre outros desafios que podem surgir com a falta de leitura. Sempre é tempo de se tornar um bom leitor e quem sabe praticando com o filho, o responsável pode até adquirir gosto pela leitura”, diz a pedagoga, ao incentivar também os adultos a terem o hábito de leitura e passarem aos filhos.
Caso o pai ou responsável não concorde com a impressão de livros, e acredite que isso possa agredir o meio ambiente, a dica é ter em casa um leitor de livros digitais (e-books). Muitas editoras já lançam as obras tanto físicas quanto na opção digital.
“Muitos livros físicos podem ser feitos com materiais reciclados em empresas especializadas. Ainda assim, caso você não concorde com livros impressos, esses tablets direcionados à leitura substituem bem a obra em folhas. Inclusive eles estão à venda em sites de produtos circulares ou mesmo usados”, comenta Carolina.
Via O Imparcial
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