Mãe anda 2 quilômetros por dia para vender paçocas no sinal e sustentar filhos em São Luís

É no virar de cada esquina para vender água de manhã cedo em frente aos semáforos da Cidade Operária, que… [ ]

30 de março de 2021

É no virar de cada esquina para vender água de manhã cedo em frente aos semáforos da Cidade Operária, que a maranhense Dilza Carneiro tem buscado um caminho para ganhar a vida. Com marido doente, desempregado por causa da pandemia, a vendedora de 43 anos ficou sem opções e precisou apelar para o vaivém das avenidas para ter como comprar remédios e alimentos.

Antes de tudo acontecer, Paulo, de 62 anos, era quem sustentava a casa trabalhando como designer gráfico. Recentemente, teve Covid-19 e após 15 dias internado e com 50% do pulmão comprometido, agora tenta se recuperar em casa ainda muito fraco e com falta de ar. Ele também sofre de trombose na perna, por isso, tem enfrentado dificuldades para procurar emprego.

Além do marido, Dilza tem dois filhos. Thayla, de 10 anos, e Ítalo, de 19 anos, que, quando podem, ajudam a mãe a vender água e paçoca no sinal. Além disso, a vendedora sofre com os sintomas da endometriose. “Fico nessa maratona, corre pra lá, corre pra cá e não consigo finalizar o meu tratamento”, conta Dilza.

“Meu maior sonho é ter saúde e ver o meu marido com saúde porque com saúde a gente consegue batalhar pra conseguir o resto”, diz a vendedora, emocionada.

A endometriose é causada pela presença do tecido endometrial, que reveste a parte interna do útero, fora deste órgão. Ela é crônica, não tem cura, mas o seu tratamento pode deixar a paciente sem sintomas e oferecer qualidade de vida às mulheres. Por causa da doença, Dilza enfrenta fortes sangramentos e aguarda cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Mãe anda 2 quilômetros por dia para vender paçocas no sinal e sustentar filhos em São Luís

Mãe anda 2 quilômetros por dia para vender paçocas no sinal e sustentar filhos em São Luís — Foto: Neto Cordeiro/G1

Além da vida financeira do marido, a pandemia também comprometeu a renda de Dilza, que trabalhava com festas, artesanatos e bolos de pote. Por isso, agora, se esquivando entre um carro e outro, com sol ou debaixo de chuva, a vendedora vai oferecendo água e paçoca na esperança de conseguir o suficiente para o que precisa. Nos melhores dias, diz que chega a vender um fardo de garrafinhas de água. Mas não é sempre que a sorte está ao seu favor ou que os motoristas são sequer educados.

“Às vezes, as pessoas ficam com medo de abrir o carro e se contaminar [Covid-19]. Eu entendo, eu não sou contra, não. Muitos são gente boa, mas outros tratam com grosseria. É um pedacinho de humilhação o que a gente passa aqui. Mas é bíblico que temos que comer do suor do nosso rosto e é isso que eu estou fazendo”, conta Dilza.

‘Vaquinha’ online

Para ajudar Dilza, uma vaquinha online foi criada para arrecadar recursos para que a família enfrente a pandemia comprando alimentos e remédios. Saiba como ajudar clicando aqui ou ajude falando diretamente com Dilza por meio do número (98) 98872-1235.

Mãe anda 2 quilômetros por dia para vender paçocas no sinal e sustentar filhos em São Luís — Foto: Neto Cordeiro/G1

G1 MA

0 Comentários

Deixe o seu comentário!